terça-feira, 11 de dezembro de 2007

A reciclagem do lixo eletrônico

Este ano, devem ser vendidos no Brasil 10,1 milhões de microcomputadores, ultrapassando, pela primeira vez, o total de televisores comercializados. Segundo projeção da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), a venda de celulares chegará a 48,8 milhões de unidades. O aumento no número de linhas móveis durante o ano, no entanto, deve ficar em 18 milhões. Isso quer dizer que mais de 30 milhões de aparelhos antigos serão descartados. Para onde vão todos esses telefones velhos?
O avanço do mercado de tecnologia traz um efeito colateral, que é o acúmulo do lixo eletrônico. Segundo o Greenpeace, são produzidos cerca de 50 milhões de toneladas por ano, em todo o mundo. Muitos equipamentos contêm substâncias tóxicas, como chumbo, mercúrio e cádmio. Países em desenvolvimento, como a China e a Índia, recebem lixo eletrônico de países desenvolvidos, o que coloca em risco a saúde da sua população.
O ciclo de obsolescência dos eletrônicos é cada vez mais rápido. Com o crescimento do mercado brasileiro, existem empresas que encontraram aí uma oportunidade, oferecendo reciclagem para grandes fabricantes. Uma delas é a Oxil (lixo ao contrário), de Paulínia (SP). A companhia tem nove grandes clientes, dos quais não revela os nomes por motivos contratuais, e processa 2 mil toneladas de produtos por ano.
“Conseguimos reciclar 99,7% do material”, afirmou Talita Ancona de Paula, analista ambiental da Oxil (foto). O processo de transformar equipamentos fora de uso em matéria-prima é chamado de “manufatura reversa”. A Oxil surgiu há 9 anos, a partir da necessidade de um fabricante de dar um fim ambientalmente responsável a produtos defeituosos ou obsoletos.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Os dez mandamentos do usuário "verde" de tecnologia

1) Pesquise
É importante descobrir se o fabricante tem preocupações com o ambiente e se recolherá as peças usadas para reciclagem, depois que o aparelho perder sua utilidade.
2) Prolongue
Você não precisa trocar de celular todos os anos ou comprar um computador com essa mesma freqüência. Quanto mais eletrônicos adquirir, maior será a quantidade de lixo eletrônico. Por isso, cuide bem de seus produtos e aprenda a evitar os constantes apelos de troca.
3) Doe
Caso seja realmente necessário comprar um novo eletrônico quando o seu ainda estiver funcionando, doe para alguém que vá usá-lo. Dessa forma, ainda é possível prolongar a vida útil do aparelho e a pessoa que recebê-lo não precisará comprar um novo.
4) Recicle
Os grandes fabricantes de eletrônicos oferecem programas de reciclagem. Antes de jogar aquele monitor estragado no lixo, entre em contato com a empresa (via internet ou central de atendimento telefônico) e pergunte onde as peças são coletadas. Muitas assistências também coletam esse material.
5) Substitua
Procure sempre fazer mais com menos. Produtos que agregam várias funções, como uma multifuncional, consomem menos energia do que cada aparelho usado separadamente. Também vale minimizar o uso de recursos ligados ao ambiente: para que imprimir, se dá para ler na tela?
6) Informe-se
O usuário de tecnologia deve ser adepto ao consumo responsável, sabendo as conseqüências que seus bens causam ao ambiente. Por isso, é importante estar atento ao assunto - somente assim será possível eliminar hábitos ruins e tomar atitudes que minimizem o impacto do lixo eletrônico.
7) Opte pelo original
As empresas que falsificam produtos não seguem políticas de preservação do ambiente ou se responsabilizam pelas peças comercializadas, depois que sua vida útil chega ao fim. Por isso, é sempre importante comprar eletrônicos originais.
8) Pague
Os produtos dos fabricantes que oferecem programas de preservação ambiental podem ser mais caros -- isso porque parte dos gastos com essas iniciativas pode ser repassada para o consumidor. A diferença de preço não chega a níveis absurdos e por isso, vale a pena optar pela alternativa “verde”.
9) Economize energia
Na hora de comprar um eletrônico, opte pelo produto que consome menos energia. Além disso, o consumidor consciente deve usar fontes de energia limpa (como a solar) sempre que possível.
10) Mobilize
É importante passar informações sobre lixo eletrônico para frente, pois muitos usuários de tecnologia não se dão conta do tamanho do problema. Divulgue, mas evite aqueles discursos inflados e catastróficos dos “eco chatos”, que não são nada populares.

Sites onde poderá se informar sobre reciclagem:

http://comite.cdi.org.br/ Organização não governamental que recebe doações de computadores e de periféricos usados, mas em condições de uso. Direciona os equipamentos para centros de inclusão digital. Acessórios como caixas de som, teclados e mouses somente são recebidos em bom estado.

http://www.Dell.com/recycling Clientes acessam o site da marca e descreve o equipamento que deverá ser coletado. Um representante autorizado da área de Logística Dell marcará um horário para apanhar o equipamento a ser reciclado.

http://www.hp.com.br/baterias Os clientes podem solicitar o descarte das baterias pela internet para receber, pelo correio, um envelope pré-pago para a remessa de baterias a serem recicladas, com instruções para seu destino correto e sem custos. Os clientes também podem entregar as baterias diretamente na rede de assistência técnica da HP, espalhada por todo o Brasil.

http://www.motorola.com.br Usuários podem depositar aparelhos celulares, rádios bidirecionais, acessórios (carregadores, fios e fones de ouvido, entre outros) e baterias nas urnas localizadas nos Serviço Autorizado Motorola (SAMs). Em cidades em que não há rede autorizada, usuários podem acessar a internet para participar do MotoColeta (4002-1244 para capitais ou regiões metropolitanas ou 0800-773-1244 para as demais cidades).

http://www.nokia.com.br/A4523049 O programa de reciclagens está há sete anos no Brasil. As caixas de produto trazem explicações sobre o descarte correto da bateria e orientação sobre a rede de coleta dos dispositivos. Entre 60% e 85% dos componentes de um telefone celular Nokia são recicláveis.

Sony Ericsson: Tem programa de coleta especial. O consumidor final entrega sua bateria e/ou aparelho completo nas assistências técnicas e/ou postos de coletas.Informações 0XX11 4001-0444.

sábado, 24 de novembro de 2007

Brasil é o 'quinto maior produtor de lixo eletrônico' do mundo

Noticias alarmantes sobre spam.

O Brasil é o quinto maior produtor de spam do mundo, apontou uma pesquisa divulgada pela empresa de segurança de internet Sophos.

De acordo com o estudo americano, que analisou 12 países, os computadores registrados no Brasil foram responsáveis por 3,7% de todo o lixo eletrônico enviado no mundo entre julho e setembro deste ano.

A pesquisa, que considerou o número de máquinas infectadas que repassam automaticamente mensagens não solicitadas, mostrou que os Estados Unidos continuam sendo o país que mais envia spam, com 28,4%.

Em segundo lugar, vem a Coréia do Sul, responsável por 5,2% de todo o lixo eletrônico, seguida pela China, incluindo Hong Kong (4,9%), e Rússia, com 4,4%.

Para Caroline Theriault, consultora de segurança da Sophos, a punição - principalmente nos Estados Unidos- de responsáveis pelo envio de lixo eletrônico não está resolvendo o problema.

"Os EUA continuam a produzir a maior fatia das mensagens não solicitadas em todo o mundo. O problema é que milhares de spammers estão infectando computadores que, automaticamente, repassam o lixo".

"A única maneira de combater o problema é educando os usuários sobre como se proteger e usar seus computadores", disse a consultora.

Theriault elogiou as medidas adotadas pelo Canadá que, desde o lançamento do Plano de Ação Anti-Spam, em 2004, reduziu drasticamente a quantidade de mensagens não solicitadas enviadas por computadores do país.

Naquele ano, o Canadá ocupava a quinta posição no ranking, com 2,91% dos spams do mundo. Em 2007, respondeu por apenas 0,8% do total.

"Os Estados Unidos devem se mirar no exemplo do vizinho que, desde o lançamento do plano, conseguiu engajar empresas e usuários na luta contra o lixo eletrônico", disse Theriault.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

primeiro post

iniciando o blog com uma notícia de abrir os olhos, e desculpe qualquer desajeito, ainda estou pegando o jeito pra mexer no blog:

EUA exportam lixo eletrônico para países pobres, dizem ativistas

Índia e Nigéria estão entre países que recebem esses eletrônicos usados. 'Esse lixo está sendo reciclado, mas de maneira horrível’, conta ativista dos EUA.

A maioria dos norte-americanos acredita que está contribuindo com o ambiente quando recicla seus computadores antigos, televisores e telefones celulares. Mas quando fazem isso, mesmo com as melhores das intenções, estão contribuindo para uma tendência global relacionada ao lixo eletrônico (também chamado de e-waste) que polui outros países. Isso porque, afirmam ativistas, os EUA enviam grande parte desse tipo de lixo a outros países. Segundo a organização não-governamental Greenpeace, a cada ano os eletrônicos descartados somam até 50 milhões de toneladas de lixo -- “se a quantidade gerada anualmente fosse colocada em contêineres de um trem, seus vagões carregados dariam uma volta ao redor do mundo”, compara a ONG ambientalista.
Apesar de não haver dados específicos sobre essa prática dos Estados Unidos, ativistas estimam que de 50% a 80% das até 400 mil toneladas de eletrônicos colocados para reciclagem anualmente nos EUA acabem indo parar em outros países. Com isso, trabalhadores de países como a Índia, China e Nigéria têm de extrair metais, vidros e outros itens recicláveis, se expondo e também ao ambiente a uma mistura de elementos químicos tóxicos. “Esse lixo está sendo reciclado, mas da maneira mais horrível que você pode imaginar”, afirmou Jim Puckett, da Basel Action Network, organização de Seattle (EUA) que deu o alerta sobre a “exportação” dos EUA para autoridades de Hong Kong. “Estamos preservando o nosso ambiente, mas contaminando todo o resto do mundo”, continuou em entrevista à agência de notícias Associated Press.
Preço baixo
Ainda de acordo com a agência, os responsáveis pelos programas de coleta de itens recicláveis – empresas, escolas, prefeituras – geralmente contratam as empresas que cobram menos pelo serviço e não querem saber o que acontece com os produtos descartados. Muitas empresas simplesmente vendem os itens mais caros e depois repassam a custos muito baixos os produtos que sobraram àqueles que exportam o lixo eletrônico. “Muitas pessoas conseguem realizar esse tipo de exportação”, disse John Bekiaris, diretor-executivo da empresa HMR USA, que coleta equipamentos de tecnologia da informação de empresas em São Francisco, nos EUA.
‘Segunda mão’
Muitos desses exportadores afirmam que seu trabalho tem como objetivo levar produtos usados para que sejam aproveitados em países pobres. Em setembro, depois de receber um alerta de ativistas, autoridades de Hong Kong interceptaram dois contêineres tinham centenas de monitores antigos e televisores descartados por norte-americanos. Como a China proíbe a importação de lixo eletrônico, os dois contêineres foram enviados de volta aos Estados Unidos. Segundo Vincent Yu, responsável pela empresa Fortune Sky USA, que realizou o transporte da carga, a companhia achava que estava exportando computadores de segunda mão, e não monitores e televisores velhos. Essa mesma empresa exporta computadores e outros componentes usados para a China, Malásia, Vietnã e outros países asiáticos. ”Há um grande mercado para computadores que as pessoas não usam mais. Não acho que isso vai causar poluição. Se as peças ainda podem ser usadas, é uma iniciativa boa para todos”, disse Yu, à agência de notícias Associated Press. “A reutilização de equipamentos usados não passa de uma desculpa. É o novo passaporte para a exportação do lixo eletrônico”, afirmou Puckett, da Basel Action Network. Para muitos ativistas, a resposta para esse problema pode ser a criação de leis que obriguem os fabricantes de eletrônicos a reciclar seus próprios produtos, depois de usados. Essas leis encorajariam as empresas a produzir equipamentos facilmente recicláveis e com menos elementos químicos perigosos.